1- Comente sobre as principais dificuldades observadas na avaliação das crianças com autismo?
Na avaliação de Terapia Ocupacional em crianças que apresentam Transtorno do Espectro Autista, avaliamos como a criança brinca, os aspectos sensorias, a coordenação motora global e seu desempenho nas AVD’s (atividades de vida diária, como por exemplo, escovar os dentes). É observado que muitas crianças apresentam prejuízos nestas 4 áreas citadas acima, interferindo no seu desenvolvimento, na sua independência e autonomia, nas atividades do dia – dia, bem como, nas atividades escolares, dificultando o aprendizado, e por fim na interação com o meio e o outro.
2- Quais são os objetivos terapêuticos?
Os objetivos terapêuticos são sempre individualizados. Deste modo, os objetivos terapêuticos variam de acordo com a necessidade de cada criança. No entanto, podemos de um modo geral ter como objetivos para crianças com TEA a ampliação da interação social, a maior promoção da independência nas atividades de vida diária, bem como, a independência nas atividades de vida instrumental (por exemplo o prepare de seu lance escolar), melhorar a coordenação motora global (fina e grossa), estimulação dos aspectos cognitivos (como por exemplo, atenção e concentração).
3- Quais as contribuições e intervenções da terapia ocupacional no processo de inclusão escolar?
A terapeuta ocupacional no âmbito da inclusão escolar é uma facilitadora no processo da escolarização. Esta profissional visa intervir nas adequações ambientais, nos equipamentos e mobiliários; na eliminação de barreiras arquitetônicas, como exemplo, a introdução de rampas, brinquedos adaptados; uso da tecnologia assistiva para as diferentes necessidades advindas das incapacidades dos alunos, e o uso da comunicação alternativa. Assim como, em facilitar e/ou adaptar sua rotina na escolar. Contudo, se faz muito importante a orientação e esclarecimentos de dúvidas dos profissionais da escola para que os mesmos saibam como lidar com as dificuldades, com as capacidades e como facilitar a adaptação da rotina escolar para crianças autistas.
4- Qual a importância da interface familiar durante o acompanhamento com a terapia ocupacional.
É fundamental a participação dos pais durante todo no processo terapêutico, pois são eles que convivem com a crianca, assim como, são os pais que presenciam e lidam com as diferentes situações apresentadas pela criança. Deste modo, é importante a orientação e trazer os pais para a sessão para poder enxergar as capacidades dos seus filhos; além de encontrar a melhor maneira de lidar com suas crianças. Contudo, avalio que um dos principais aspectos é mostrar para os pais como seus filhos podem brincar. Pois é por meio do brincar e das brincadeiras com o próprio corpo, com o corpo do outro e com os objetos, que a criança vai desenvolvendo todo seu repertório motor, sensorial, cognitivo, social e emocional. Brincando descobre que pode agir no mundo e promover mudanças. Muitos autista tem prejuízos significativos nesta área, apresentando um brincar disfuncional, o que dificulta a interação pais/filhos. Por isso, é importante que a terapeuta ocupacional possa viabilizar esse vínculo entre pais e filhos. Na prática que quando há a possibilidade dos pais aprenderem brincar com seus filhos, observa-se melhora na auto-estima de ambos, na interação, segurança em si e no outro, no vínculo e na compreensão das necessidades e potencialidades de seus filhos.
Entrevistada:
Bruna de Oliveira Mazetto
Pós-graduação em Neurologia para Terapia Ocupacional no Instituto Avançado de Ensino, Pesquisa e Tecnologia de Londrina;
Atuação profissional: Terapia Ocupacional infantil e adolescente e especialista em transtornos do desenvolvimento (Transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett).
tel (11) 9 6107-3174
e-mail: brunamazetto.to@gmail.com
facebook: Bruna de Oliveira Mazetto
Fonte: https://grupomaocriativa.wordpress.com/2015/07/07/terapia-ocupacional-e-autismo/
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